sábado, 5 de agosto de 2006

EU SEI, MAS NÃO DEVIA
Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado.

A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.

A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias de água potável.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.

Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.

E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.

Cansei de me acostumar. Agora eu quero é mais, eu quero é EU!

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Menos 100 g!

Hoje faz 1 mês q comecei apostar aqui. Me pesei e descobri q já perdi mais 100g desde a última pesagem. Não vou reclamar q foram "sóóóóó 100 g?!", pois de grão em grão a galinha enche o papo e de grama em grama eu esvazio o meu. ;)

Isso ae! 2,8 kg em 1 mês! Que delícia! E a minha meta é de 1 kg/mês!

E que continue assim!!!

Bom dia!!!

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Semana Mundial de Amamentação



Ok! Eu sei q isso aqui é um blog sobre emagrecimento. E sei q ainda está em construção. Mas eu não poderia ficar de fora dessa blogagem coletiva sobre amamentação. É q de 01 a 07 de agosto será celebrada a Semana Mundial de Amamentação (SMAM) e a idéia da blogagem coletiva surgiu da Denise, do Síndrome de Estocolmo. Então vamos ao q interessa.

Eu tenho um filho lindo, q já tem quase 1 ano e 4 meses. E o amamento até hoje. O q não deveria provocar espanto em ninguém, já q pela Organização Mundial de Saúde (OMS), crianças devem ser amamentadas, pelo menos, até os 2 anos de idade. Só depois disso q se pode chamar de amamentação prolongada.

Uma vez escutei q a amamentação transforma mãe e filho em amantes. Eu não conseguia entender isso, até q o Ian nasceu. É q a amamentação realmente nos concede uma intimidade digna de amantes.

Eu não sei como é alimentar um bebê com mamadeira. O Ian nunca gostou de mamadeiras e, até hoje, só toma mingau ou leite (quando toma) no copo ou de colher. Qdo eu deixava leite ordenhado do meu próprio peito pra ele, até davam na mamadeira, mas ele nunca foi fã não. Fico me perguntando como é possível ser tão íntimo do próprio filho sem amamentá-lo; Não duvido q seja possível, mas não vejo como eu conseguiria.

Em alguns momentos sinto vontade de parar de amamentar. Tem hora q cansa, desgasta. Mas cada vez q me imagino sem ele pendurado, nossa! dá uma tristeza antecipada...

Não foi fácil chegar a quase 16 meses de amamentação. Escutei muita gente dizer q o meu leite era fraco, q o Ian precisava mesmo era de um bom angu... A amamentação exclusiva até os 6 meses de iadade foi conseguida à muito custo, pq meu pai não via a hora de encher o pequeno de carne, frutas, biscoitos e tudo o mais. Imaginem o meu primeiro filho, primeiro neto e primeiro sobrinho tanto do meu lado da família qto do Cacá. Imaginem q, com 1 mês de vida do Ian, viemos nós 3 morar na casa dos meus pais... Imaginem qual não foi minha dificuldade... E, olhe, meus pais incentivam a amamentação!!! Imaginem se não concordassem!

Há q se ter muita vontade, muita disposição e muito apoio. E eu tive! Eu tenho! E recomendo sempre a quem quer que me pergunte. E toda vez q digo ao Cacá que não aguento mais amamentar (sim, tem hora q cansa demais!), ele me responde q só concordará com o desmame depois dos 2 anos do Ian! A não ser, é claro, q o pequeno desista antes. Sinceramente, eu amo o apoio e o incentivo dele. Talvez, se ele não fizesse tanta questão, o Ian não estivesse no peito até hoje.

Algumas vantagens da amamentação:

- Aumenta o vínculo entre mãe e bebê;
- Aumenta a auto-estima do bebê;
- Previne a obesidade do bebê;
- O leite materno possui todos os nutrientes necessários para o bebê nos seus primeiros 6 meses de vida, inclusive água;
- É mais econômico;
- É o alimento mais prático para dar ao bebê, pois não precisa de recipiente nem de ser esquentado;
- Protege a mãe contra alguns tipos de câncer de mama e ovário;
- Ajuda a emagrecer;
- Ajuda a diminuir o sangramento no pós-parto e ajuda o útero a voltar ao tamanho normal;
- O ato de sugar auxilia no desenvolvimento das mandíbulas e dificulta o surgimento de problemas de fala;
- As mulheres que amamentam têm chances 4 vezes menores de contraírem osteoporose na velhice;
- Bebês que mamam no peito têm mais saúde e choram menos;
- Amamentação dificulta o aparecimento de cáries nos bebês.

E por aí vai!

Amamente seu filho vc também!