quarta-feira, 31 de julho de 2013

6 meses de cirurgia bariátrica

30/07/2013. Hoje eu completo 6 meses de cirurgia. 6 meses de vida nova. Já eliminei 37 kg. 

Hoje, aos 35 anos, peso 72 kg, 6 a menos que eu pesava aos 11 anos de idade. 

Hoje eu tenho certeza, cada vez mais, que a cirurgia é só a cerejinha do bolo. Que se eu nunca tive disciplina antes na minha vida, como é q eu posso me iludir achando q a diminuição do estômago vai me dar uma dose extra de disciplina?

Sigo as regras no geral, mantenho a linha, mas no rebuliço da vida, no corre-corre do dia-a-dia, nos estresses e na tpm, eu quero é mesmo um docinho e Elma Chipps. Não, eu não passo mal com doce. Mesmo não comendo mais uma caixa de bombom, eu como um, dois. Hoje, amanhã, ontem, anteontem. E a tal da frequência é q assusta. Junto com a tolerância. O q assusta é comer besteira e ainda assim emagrecer. 

Pq eu tou contando isso? Pq eu acreditei, lá atrás, que a cirurgia seria o suficiente pra me dar disciplina. Acreditei que o fato de eu fazer terapia desde 2010 seria suficiente pra me deixar de bem com minha cabeça. Acreditei que a limitação de espaço ia me fazer não comer besteira. 

Não, eu não vou surtar. Me permiti introduzir doces e gordices de vez em quando pq meu desempenho emagrecedor realmente foi/ está muito bom. Esse é o momento em que você para, olha e volta a vigiar: aquela hora da gorda q emagreceu e acha q pode comer de tudo q nunca vai voltar a engordar. Mas q engordou tudo de novo, 20, 30 kg, lá atrás há muitos anos qdo pensou que tava curada da obesidade. 

Consigo olhar pra mim e me enxergar de verdade hoje. E as gordices não são auto-boicote, imaturidade, teste. Nada disso. É só vida comum, de gente comum: qualquer pessoa sã come doce normalmente e a vida segue. Os episódios doces já não são compulsivos, são corriqueiros. Daqueles q passam batido na vida de uma pessoa *magra*. Mas possuem importância especial na vida de um gordo, ainda que gordo emagrecido. 

Hoje, 6 meses depois da cirurgia, descobri que o cerne da questão, o difícil, não é o emagrecer no pós-operatório; o emagrecimento vem vindo sozinho. Difícil é manter a cabeça na linha pra não ganhar tudo de novo. Pq vc escuta q 70% dos gastroplastizados volta a engordar, mas não consegue visualizar como isso é possível com a limitação do espaço. Pois eu digo: depois dos 2 anos, se vc não se reeducar de fato, vai dar merda. 

Eu que não abra meu olho não...


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Como eu cheguei na cirurgia bariátrica

Primeiro de tudo, meu IMC estava acima de 40. Essa é a primeira condição: IMC acima de 40 OU acima de 35 com comorbidades, tipo hipertensão e diabetes.

Depois disso, fui a uma endocrinologista. Expliquei q luto contra a obesidade desde a 1ª infância, sempre sem sucesso, ou conseguindo emagrecer bastante, mas tendo um grande reganho de peso ao fim das dietas. Nesse momento, finalzinho de janeiro/2012, eu pesava 102 kg com 1,59 de altura.

A endocrinologista me deu um laudo médico indicando a cirurgia bariátrica. Eu peguei esse laudo e enviei à AMIL por email.

A Amil mandou meu laudo pra análise médica e eles marcaram uma consulta pra mim num centro médico deles com a enfermeira responsável pelo programa de emagrecimento da AMIL; a enfermeira me encaminhou à uma médica perita. Eu tenho toda documentação, exames, várias coisas q comprovam q eu luto contra isso desde sempre e q já tentei de todas as formas, inclusive pelo próprio plano de saúde.

A perita disse que minha indicação era clara, mandou aguardar e depois de uns 10 dias liguei pra AMIL e descobri que a minha cirurgia tinha sido aprovada. Eles me encaminharam pro meu cirurgião. Era 12 de fevereiro, mas só consegui marcar a consulta com o Dr Luiz Alfredo (LA) para o dia 03/05/2012.

Entre fevereiro e a consulta em maio, eu comi q nem uma vaca. Cheguei na consulta com 107 kg +-. Ele me encaminhou aos outros médicos da equipe: Clínico Geral, Psicóloga e Nutricionista. Só consegui marcar essas consultas para o início de agosto. Por algumas desistências, acabei sendo atendida na 2ª quinzena de julho/2012. Muitos exames que o clínico pediu, eu já tinha levado. Já tinha feito a endoscopia e tratado o H. pilori.

Já tinha feito meu tratamento dentário e (eu e meus 109 kg) chegamos lá na nutricionista com o laudo de mastigação correta. Ela entrega uma lista de coisas que precisam ser modificadas para a cirurgia, marcando uma nova consulta pra depois de um tempo; como eu já fazia quase tudo q tinha na listagem, já tava com o laudo de mastigação e os exames feitos, ela deu minha carta de liberação pra cirurgia logo de primeira.

Na psicóloga, acho q acabou ajudando o fato de eu já fazer terapia desde novembro/2010. Conversamos bastante, retornei em nova consulta com o marido e tb recebi a liberação dela.

Voltei ao clínico com os exames q faltavam no dia 04/09/2013. Tudo ok. E ele tb me deu o atestado de liberação. Entreguei as autorizações dos 3 - clínico, nutricionista e psicóloga - no consultório do cirurgião no mesmo dia 04/09. Na semana seguinte fui informada de que minha cirurgia estava marcada pra 30/01/2013.

Entre setembro e o natal, acho q engordei mais uns 5 ou 6 kgs. Mas se vc engorda, não pode operar. Tem mais uma consulta com o clínico e a nutri às vésperas da cirurgia, onde vc pode ser embarreirado pq aumentou muito o peso. O ideal mesmo é emagrecer ainda antes da operação.

Depois do natal entrei na dieta, cortei açúcar e emagreci aquele peso ganho. Fui pra consulta pré-operatória com os mesmos 109 kg da 1ª consulta com ela. Ufa!

No meio do caminho tem as reuniões mensais promovidas pela equipe do meu cirurgião, com os operados contando aos candidatos à cirurgia as suas experiências. Acabei me apegando ao grupo e às amigas queridas q fiz por lá.

Operei no dia 30/01/2013, aos 109 kg. Hoje, 5 meses e meio depois, já eliminei 34 kg.

Vida nova!